Dedicatória
10:56Ao falso príncipe, ser incorpóreo,
semi-existente, quase lendário.
Ao imprevisto eclipse
que fingiu ser cúmplice
quando era adversário
e me corrompeu a sensatez
aos poucos.
Ao monstro agreste
que me obrigou a escolher um lado,
semi-existente, quase lendário.
Ao imprevisto eclipse
que fingiu ser cúmplice
quando era adversário
e me corrompeu a sensatez
aos poucos.
Ao monstro agreste
que me obrigou a escolher um lado,
(esquerdo, direito,
o que importa agora
se invariávelmente
era o lado errado?)
Logo eu que sempre fui a Suiça,
virei tirana, doida varrida,
uma desvairada.
Logo eu que sempre fui a Suiça,
virei tirana, doida varrida,
uma desvairada.
Fiz guerras civis, afrontei deuses,
vociferei e comprei brigas.
A ele, muito obrigada.
Prelúdio
11:28
Tua boca descreve apocalipses.
A minha devolve espasmos,
ipsis literis.
Tua boca manda coisas,
inconteste.
Meus dedos
deslizam orgasmos
em teu vértice.
Engastados em minhas órbitas,
fractais dos teus olhos sábios.
Enquanto teus dedos molhados
contornam
pequenos
e grandes
lábios.
A minha devolve espasmos,
ipsis literis.
Tua boca manda coisas,
inconteste.
Meus dedos
deslizam orgasmos
em teu vértice.
Engastados em minhas órbitas,
fractais dos teus olhos sábios.
Enquanto teus dedos molhados
contornam
pequenos
e grandes
lábios.